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REVELAÇÕES

CLÍNICA CLANDESTINA: O que vizinhos do lar dizem sobre o caso

Casal de agricultores só soube o que acontecia na casa murada quando agentes da Polícia Civil chegou ao endereço

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Publicado em: 04/10/2023 às 10h:00 Última atualização: 17/10/2023 às 23h:19
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Uma moradora da localidade de Santa Cruz da Concórdia, onde ficava a clínica clandestina descoberta pela Polícia na segunda-feira (2), revela que todas as semanas a funcionária do lar a procurava para pedir comida para oferecer aos pacientes e para si própria.

“Ela vinha aqui me pedir o que comer, porque não tinha nada para oferecer aos idosos. Eu dava pão, mortadela e cigarros para ela, pelo menos, uma vez por semana”, conta.

Clínica clandestina em Taquara foi descoberta pela Polícia Civil e pela Vigilância em Saúde na tarde de segunda-feira, 2 de outubro | Jornal NH



Clínica clandestina em Taquara foi descoberta pela Polícia Civil e pela Vigilância em Saúde na tarde de segunda-feira, 2 de outubro

Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial

Ainda, segundo a moradora, a funcionária da clínica afirmava que o patrão levava esporadicamente alimentos para a casa. “Carne, eu acho que eles nunca viram lá. Era arroz e macarrão. Esses dias ela veio e disse que não sairia comida, pois o gás havia acabado.”

A testemunha, localizada pela reportagem do Jornal NH na tarde de terça-feira, prefere não se identificar por medo. Segundo ela, a funcionária do local também relatava abertamente as violências que sofriam na clínica clandestina.

“A (nome da vítima que não será divulgado) vinha aqui e era quase que um pedido de socorro. Ela nunca me pediu ajuda, mas me dizia assim: alguém precisava denunciar”, expõe.

A moradora nunca denunciou por medo de sofrer represálias. “Ela me falou tudo isso: que era estuprada, agredida e ameaçada pelo patrão.”

Vizinhos da clínica contam como descobriram o que acontecia no local

Vizinhos da clínica clandestina localizada na Rua Padre Réus revelaram que nunca desconfiaram de nada e nem sabiam que no local funcionava um asilo.

O casal de agricultores Sadi de Moraes, 55 anos, e Salete, 60, só soube o que acontecia na casa murada quando agentes da Polícia Civil bateram na casa deles, no final da tarde de segunda-feira (2), para pedir água potável para oferecer aos idosos.

“Os policiais vieram aqui e disseram que os idosos já não tinham água para beber há dois dias”, afirma Sadi.

Salete explica que o casal nunca desconfiou de nada. “Não se ouvia gritos ou choros de pessoas, apenas dava latido dos cães e o berro do boi. Dava para ouvir os porcos também”, disse.

A idosa conta que sabia que alguém morava no imóvel, pois havia movimentação de carros, especialmente aos finais de semana, mas estranhava o fato de a casa nunca ser aberta. “Nenhuma porta ou janela aberta, isso sempre me causou estranheza”, conclui.

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