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Centro Diocesano de Apoio a Vida completa 25 anos

Conheça mais sobra a história de cura pelas plantas medicinais, do espaço fundado por Padre Paulo Wendling

Giordanna Vallejos
Publicado em: 02/02/2024 às 13h:54 Última atualização: 02/02/2024 às 13h:56
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O Centro Diocesano de Apoio a Vida (CEDIPAVI), no bairro Rondônia, em Novo Hamburgo, comemora 25 anos de fundação, no dia 02 de fevereiro. Este espaço, liderado e fundado pelo Padre Paulo Wendling, é um refúgio para aqueles que buscam uma vida com mais saúde.



Com uma horta orgânica nos fundos, salas de atendimento e produção de xaropes, pomadas e chás, o local de 560 metros quadrados, tem como missão o uso de mais de 50 tipos de ervas medicinais, assim como a orientação de uma alimentação saudável, para prevenir e curar doenças.

Juntamente com a celebração, o Padre está realizando o lançamento de um novo livro, “Fica livre a tua doença”, no qual apresenta as principais enfermidades, as ervas medicinais que ajudam em cada caso e uma análise de qual emoção pode estar por trás da doença.

Padre Paulo relembra que nestes 25 anos, 415.650 pessoas passaram pelo seu atendimento terapêutico. “Dia 02 faz 42 anos que estou no bairro Rondônia. Fui Pároco até 1989, depois vim para cá e estou há 25 anos nesse espaço, que passaram 415.650 pessoas. Já veio gente de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Uruguai, Argentina, mas a grande maioria vem do Rio Grande do Sul mesmo. A doença está em tudo que é lugar, e o povo vem”, explica ele.

Jornal NH- Tem alguma história que te marcou nestes 25 anos?
Padre Paulo Wendling – Ao longo desses anos, diversas histórias de cura me marcaram. Lembro de uma senhora que se curou de um câncer, foi um caso excepcional. Ela ainda vive, fez 104 anos. O tratamento dela foi todo com recursos naturais, com as ervas. Essa senhora se alimentava com sonda, não saia mais da cama e a família veio em 2017. Ela não tinha mais recursos na medicina, os médicos mandaram ela para casa. Ela tinha um câncer na perna. A família fez o tratamento com as ervas e hoje ela não tem nem mais o sinal do câncer na perna. Eu sempre vou visitá-la, a cada ano no aniversário dela.

NH – Como essa história de auxiliar as pessoas com a terapia das ervas medicinais começou?
Padre Paulo – Toda essa história começou nas vilas, próximo à Lomba Grande. Esses locais vulneráveis estavam no território da Paróquia Nossa Senhora das Graças, a qual eu era o responsável. O que a gente via lá era muita miséria, fome, crianças na rua, com feridas. Eu andava no meio do povo e percebia que não bastava só ir lá rezar a missa, eu tinha que fazer algo a mais. Ai, é que despertou de fazermos um trabalho voltado a saúde popular, de prevenção de doenças. Na Paróquia começamos a fazer xaropes, pomadas e distribuir nesse local. Foi aí que vi que precisava fazer ainda mais.

NH – De que maneira você aprendeu tantas coisas sobre as plantas medicinais e suas aplicações?
Padre Paulo – Aprendi sobre as ervas em parte com o que veio de casa, com a minha mãe. Sou de origem alemã e os alemães vieram com a ideia de ter horta em casa com chás. Então quando ficávamos doentes, porque não tinha médico ou posto de saúde perto, as mães sabiam os chás que podiam dar, conforme a doença, e normalmente resolvia. As plantas para fazer os extratos e chás, uma parte cultivamos aqui na horta, de forma orgânica, e o que não temos, conseguimos com os produtores da feira de Novo Hamburgo. As pomadas, os xaropes e as tinturas produzimos aqui mesmo.

NH – Por que foi inaugurado este espaço?
Padre Paulo – Nilo era um irmão Marista que atendia pessoas doentes perto do Pio XXI. Ele morreu e deixou esse legado para um padre que levasse adiante a missão dele e o escolhido, fui eu. Foi nessa época que comecei a estudar ainda mais as ervas medicinais. Então começamos a estruturar melhor o trabalho, com pessoas preparadas para atender. Em 1996 tomamos a decisão que a paróquia não tinha espaço suficiente. Então construímos o prédio, adaptado a esse trabalho. Dia 02 de fevereiro comecei a atender. A construção foi toda feita com recursos próprios meus, e com a ajuda de amigos da Alemanha e daqui.

NH – O que diferencia o seu trabalho da medicina tradicional?
Padre Paulo – Normalmente quando as pessoas vêm ser atendidas aqui, elas já vem do médico, trazem exames. E isso é o ideal, pois sou um terapeuta, isso não me compete diagnosticar. Quando atendo uma pessoa, eu vejo a pessoa em sua totalidade. Nós não somos só corpo, nós temos alma, emoções e sentimentos. Aqui é um trabalho de Pastoral, eu sento e converso, olho no olho de cada pessoa que vem na minha sala. Então eu, como Padre, não posso ficar só salvando almas, preciso auxiliar as pessoas para que elas diminuam a sua dor. O meu trabalho começou aqui no bairro, estou ha 25 anos sentado nessa cadeira e nesses 25 anos passaram por mim, 415.650 pessoas.

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