Temperaturas na casa de 40°C como promete a onda de calor que chegou ao Brasil nesta semana acendem um alerta para a população que precisa encarar a condição climática extrema. Um recente estudo realizado pela Revista Nature e republicado pela MetSul Meteorologia aponta que os riscos de morte com relação ao clima vem crescendo.
Foto: Eduardo Amaral/GES-Especial
Em Novo Hamburgo, termômetro instalado na Avenida Maurício Cardoso já registrava na tarde de quarta-feira (13) temperatura de 40°C. Neste cenário, os idosos e crianças são os grupos mais propensos ao risco, como destaca o professor do curso de Medicina da Universidade Feevale, Leandro Minozzo. “Essas pessoas têm que cuidar muito mais que os adultos normais”, resume.
A primeira medida apontada por Minozzo é evitar os locais mais quentes das cidades. “Quem tiver ventilador, ar-condicionado, e puder evitar, não deve se expor a ambientes muito abafados.”
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Foto: Eduardo Amaral/GES-Especial
Durante os períodos mais quentes, a auxiliar de cozinha Roselei de Oliveira, 44 anos, diz que a primeira medida adotada para conseguir suportar as altas temperaturas foi manter a casa limpa. “Limpei toda a casa, lavei a janela, assim, para não precisar ficar ligando o ar”, justifica. E ela tem razão. Além da casa arrumada e limpa parecer mais arejada, passar pano nos móveis e chão ajuda a umidificar o ambiente. Algumas essências também provocam uma sensação de frescor.Já a técnica em enfermagem Joice Rodrigues, 26, diz que busca fazer as tarefas diárias com mais tranquilidade. “Se esconder um pouco do sol em lugares mais frescos e com bastante hidratação”, explica.
As duas amigas caminhavam pelo Parcão de Novo Hamburgo na tarde de quarta-feira (13). Mas elas já pensam em alterar o horário do exercício, que vinha sendo realizado no meio da tarde. “Talvez vamos mudar para um horário mais fresquinho, de sol não tão forte”, projeta Joice.
Hidratação e cuidados com o ar-condicionado
Com o calor intenso, o uso de ar-condicionado aumenta tanto dentro de casa quanto em ambientes públicos. Minozzo orienta maior atenção à população nesses casos devido ao aumento dos casos de Covid. “Se for, por exemplo, num comércio, banco, clínica, vale a pena voltar a usar máscaras também em lugares que estiverem muito fechados agora no final do ano”, orienta.
Minozzo alerta que três dias consecutivos com os termômetros marcando 35°C ou mais já geram preocupação.
Para manter a hidratação do corpo, a fórmula indicada pelo médico é que cada pessoa faça um cálculo no qual multiplique seu peso por 30 mililitros. Neste sentido, por exemplo, uma pessoa com 80 quilos deve tomar cerca de 2,4 litros ao dia. Neste caso, ele considera líquidos hidratantes, água e sucos naturais leves.
Calorão segue na região metropolitana
As maiores máximas no Estado na quarta-feira (13) ocorreram justamente na região metropolitana. De acordo com dados de estações automáticas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as máximas foram de 35,3°C em Campo Bom. Estações particulares indicaram máximas de 35,2°C em São Leopoldo e 35,1°C em Novo Hamburgo (Lomba Grande).
Nesta quinta-feira (14), o calor será mais forte outra vez na Grande Porto Alegre e nos vales, onde as máximas devem ficar entre 33°C e 35°C. O abafamento será expressivo, com sensação de desconforto. Há expectativa de chuva principalmente em pontos do Noroeste, do Oeste, do Centro e do Sul gaúcho, mas as precipitações serão irregulares. O forte calor se acentua entre sexta-feira (15) e domingo (17).
Colaboraram: Juliano Piasentin e Kassiane Michel
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