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RIO GRANDE

Morre jovem indígena que teve corpo queimado em acidente com fondue no RS

Jaqueline Tedesco comemorava formatura em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG) quando se queimou em um restaurante

Publicado em: 15/03/2024 às 18h:27
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Morreu nesta sexta-feira (15) Jaqueline Tedesco, indígena que teve 30% do corpo queimado após um acidente na cidade de Rio Grande, interior do Rio Grande do Sul. Jaqueline, que pertencia à etnia kaingang, comemorava a formatura no curso de Direito da Universidade Federal do Rio Grande (FURG) quando se queimou em um restaurante.

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Jaqueline Tedesco | abc+



Jaqueline Tedesco

Foto: Reprodução/Redes sociais

O acidente ocorreu no sábado (9), durante o reabastecimento do rechaud, recipiente onde ficam as chamas que mantêm o fondue quente. De acordo com o restaurante Le Petit, o equipamento ainda tinha resquícios de fogo, que se espalhou e feriu Jaqueline e outra mulher, uma funcionária do local. Jaqueline sofreu queimaduras de 3º grau e estava na UTI da Santa Casa de Rio Grande em coma induzido.

Na Universidade Federal do Rio Grande, Jaqueline participou do Coletivo Indígena, sendo Liderança da Casa de Estudante (CEU-FURG), bolsista do PET Popular e integrante do Diretório Central de Estudante. Ela era estagiária da Defensoria Pública do Rio Grande do Sul e foi a primeira mulher indígena a se formar por cotas na universidade.

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul instaurou inquérito para investigação das circunstâncias do caso. “Existem muitas pessoas que querem se manifestar contra o restaurante, nós negamos e somos veementemente contra. Não podemos nos manifestar contra pessoas que sequer foram indiciadas”, disse Aisllana Zogbi, advogada que representa a família da jovem.

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Affonso Celso Pupe Neto, advogado da equipe jurídica que defende o restaurante, afirmou que os responsáveis pelo estabelecimento mantêm posição de solidariedade no momento. “Independentemente das conclusões da autoridades, a empresa desde o princípio, e agora, persiste em prestar apoio material à família, inclusive com o funeral que foi custeado”, disse.

Em nota, a Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (ArpinSul) lamentou a morte de Jaqueline e registrou sua trajetória no movimento indígena. Em 2023, ela foi eleita no Fórum de Lideranças para compor o Conselho Nacional de Política Indigenista (CNPI). Jaqueline também foi indicada para ajudar na comissão do Acampamento Terra Livre (ATL) de 2024. Com a sua formação como advogada, ela iria começar a ajudar a ArpinSul e o movimento indígena nos assuntos jurídicos.

A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), também em nota, lamentou a morte da jovem.

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