TEMPESTADE YAKECAN

Instituto de Meteorologia admite que ciclone na costa gaúcha pode virar furacão

Ciclone tropical vem pelo Oceano Atlântico e atinge o sul do Estado nesta terça-feira; depois avança para o litoral norte

Publicado em: 16/05/2022 23:50
Última atualização: 23/06/2024 22:33

O Ministério do Desenvolvimento Regional e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) informaram em coletiva de imprensa na noite desta segunda-feira (16) que o ciclone tropical Yakecan, que atinge o sul gaúcho nesta terça-feira (17) e o litoral norte na quarta (18), pode subir de categoria e passar a ser considerado um furacão. Para isso, é preciso que os ventos passem de 120 quilômetros por hora, entre outros fatores.


Projeção indica cenário de quarta-feira, já com ciclone retornando para o Atlântico, no sul de Santa Catarina Foto: Reprodução/MetSul

A previsão é de chuva forte e rajadas de vento acima disso na costa gaúcha. O alerta vale também para cidades da região metropolitana. Porto Alegre, Canoas, Cachoeirinha e Gravataí estão entre os municípios que podem ter ventos de 100 quilômetros por hora, com danos em prédios, vegetação e postes de energia. No Vale do Sinos, pela geografia, o risco de transtornos é menor.

Na coletiva desta segunda-feira, a coordenadora-geral de Meteorologia do Inmet, Marcia Seabra, disse que "a gente já fazia previsão de ventos fortes quando a Marinha emitiu nota classificando o ciclone na categoria superior, que é tempestade subtropical".

O diretor do Inmet, Miguel Ivan, lembrou que, quando a Marinha nomeia um ciclone, isso significa que a tempestade tem relevância e pode ter impacto na vida de pessoas. "Ele pode subir na costa do Rio Grande do Sul, entre Santa Catarina, Paraná e até o sul de São Paulo. Começa nesta noite. No Rio Grande do Sul fica mais intenso na terça-feira e depois se desloca", ressalta.

Ivan explica que tecnicamente há a classificação de furacão quando os ventos ultrapassam os 120 quilômetros por hora, além de outros fatores. O ciclone pode apenas ficar em alto-mar, causando menos prejuízos, "mas somente análises futuras vão definir precisamente o impacto". O diretor ainda confirmou que, caso o ciclone se prolongue, "pode ser algo parecido com 2004", fazendo referência ao furacão Catarina, que atingiu ventos de 180 quilômetros por hora.

O diretor do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), Armin Braun, deu orientações gerais para a população, como a busca por alertas da Defesa Civil. "No caso de ventos de 100 km/h, precisamos primeiro orientar a população para que busque informações nos sistemas de Defesa Civil. Àqueles que estão em área de risco, pedimos que cadastrem os celulares enviando um SMS para o número 40199 com o CEP da região onde moram. A partir daí, começam a receber alertas pelo celular", informou.

Segundo Braun, ventos como os estimados para o litoral e faixa leste do Rio Grande do Sul podem causar "destelhamento, queda de pequenas árvores, queda de postes e, com isso, interrupção de energia elétrica". "Por isso é importante que a população evite sair de casa com a chegada desses ventos", reforça.

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