A energia dos alunos está dando vida novamente às 14 escolas de Ensino Fundamental de Gramado. Cerca de 4,2 mil estudantes iniciaram o ano letivo na quarta-feira, dia 22. Os olhos atentos nas primeiras explicações e a agitação de conversar com os amigos e de conhecer os novos colegas estão sempre presentes.
Foto: Mônica Pereira/GES-ESPECIAL
Mas não é só com isso que a criançada vai precisar se adaptar. A partir deste ano, mudanças começaram a ser implementados nos educandários e novas disciplinas foram inseridas na grade curricular, como Educação Patrimonial, Sustentabilidade e Inovação, Educação Socioemocional, Educação Financeira, Letramento Digital, Comunicação e Uso de Mídias e Temas Contemporâneos.
A secretária da Educação, Simone Tomazelli, destaca que esses conteúdos já eram abordados nas escolas, mas como temas transversais, ou seja, ensinados dentro das disciplinas já existentes. Contudo, com a necessidade de aprofundar esses conhecimentos e também de assegurar que as crianças tenham essas matérias, ficou decidido que se tornariam fixas na grade curricular. “Muitas vezes o professor não consegue inserir esses temas dentro dos conteúdos e eles foram inseridos para aproximar a realidade da criança com a escola, vai ser possível trabalhar mais a questão prática e do dia a dia dos alunos”, destaca a gestora.
Outra novidade deste início de ano letivo é a mudança no horário das aulas, em que as séries iniciais e finais passam a ter o mesmo tempo de duração, de manhã, das 7h30 às 11h50, e de tarde, das 13h05 às 17h25.
Para conseguir organizar a grade, o Ensino Fundamental passou a ter seis períodos de 40 minutos cada. Antes eram cinco de 50 minutos.
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Conteúdos abordados
Nas aulas de Letramento Digital, os estudantes do 1º ao 5º Ano aprenderão a utilizar o computador. Para Simone, é preparar as crianças para o uso da tecnologia. Ainda segundo a secretária, todos os educandários do Fundamental contam com laboratórios, que foram modernizados no último ano. A disciplina de Sustentabilidade e Inovação também utiliza a globalização para aproximar a sala de aula da realidade das crianças.
Os estudantes do 7º Ano verão sobre como as novas tecnologias impactam na sustentabilidade, no meio ambiente e recursos naturais. “É para que a gente consiga lidar com a tecnologia e a inovação, mas também para preservar”, avalia. No caso da Educação Patrimonial, os alunos do 4º e 6º Anos serão instigados a identificar os patrimônios que compõem a comunidade, sejam eles culturais ou físicos. “É o capital do município, da escola, de casa. É o cuidado”, esclarece a secretária.
Como um complemento, há a disciplina de Educação Financeira, discutindo com os estudantes do 8º Ano o controle do consumismo e desperdício. Outro tema de destaque é a Educação Socioemocional. A secretária salienta que o tema já era abordado, mas que foi intensificado devido aos reflexos da pandemia. “É para convivência, autoconhecimento, interação com o outro. É o aluno estar bem para poder contribuir com o grupo”, frisa Simone.
Desafios
Para conseguir colocar tudo isso em prática, a Secretaria aponta que o primeiro desafio é a qualificação dos profissionais, além da busca por materiais pedagógicos. Para a gestora da pasta da Educação, este primeiro ano será de validação do modelo proposto.
“Existem outros municípios que já utilizam essa metodologia e não é algo engessado, vai ser trabalhado da forma que foi construído no ano passado e será feita uma avaliação ao final de 2023 para podermos ter uma nova organização ou grade, se a gente perceber que não foi positivo”, explica. Apesar de haver a necessidade de presença e registros, como uma disciplina que já fazia parte do currículo, a alteração será sobre as avaliações. “Será diferenciada. Não será uma prova, mas sim um produto que os alunos criarão, a construção de um projeto”, pondera a secretária.
Simone afirma que não foi preciso contratar mais profissionais, apenas reorganizar o quadro existente nas escolas. Entretanto, a outra mudança é que todos os alunos do Ensino Fundamental passam a ter aulas de inglês no currículo escolar. Por isso, novos profissionais dessa área precisarão ser contratados.
Aulas de inglês a partir do 1º Ano
Desde quando ingressarem no Fundamental até o 9º Ano, os estudantes de Gramado terão aulas de inglês regulares. A turma do 3º Ano da Escola Dr. Carlos Nelz, o Caic, estava ansiosa. A garotada entre os 7 e 8 anos afirma que conhece algumas palavras da língua, considerada uma das mais conhecidas do mundo. A professora da disciplina na escola, Daniela Reginatto da Costa, conta que já tinha experiência no ensino do inglês para crianças menores e ratifica a importância do conteúdo para os pequenos.
“As crianças têm uma facilidade maior no aprendizado e ter a matéria no currículo fixo é bom porque dá continuidade ao aprendizado. Neurologicamente, o cérebro funciona de outra forma quando aprendemos um outro idioma. E não falamos só de palavras, mas de cultura, expressões, é uma integração. Além do pessoal, profissionalmente o inglês é bastante importante no currículo, ainda mais Gramado sendo uma cidade turística”, avalia a educadora.
Concursada no município há nove anos, Daniela também atuará em algumas das novas disciplinas. “Todos estamos discutindo e conversando. A gente tem um pré-cronograma e a Secretaria está dando tranquilidade para nos adaptarmos, temos que conhecer o ritmo das crianças”, adianta.
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