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RECOMEÇO

Depois de dois meses, últimas famílias deixam abrigo na Ulbra, em Canoas

Instituição acolheu 7,8 mil pessoas desalojadas pela enchente do início de maio

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Publicado em: 04/07/2024 às 21h:50 Última atualização: 04/07/2024 às 21h:51
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O maior abrigo para pessoas desalojadas pela enchente no Rio Grande do Sul encerrou suas atividades nesta quinta-feira (4) com a saída das últimas famílias que ainda estavam no campus da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) em Canoas.

Últimas famílias deixaram abrigo da Ulbra nesta quinta-feira | abc+



Últimas famílias deixaram abrigo da Ulbra nesta quinta-feira

Foto: Divulgação/Ulbra

No início de maio, o momento mais agudo da crise, a Ulbra recebeu 7,8 mil pessoas no campus de Canoas. O total de animais atendidos passou de 3 mil. Nesta quinta, 24 famílias se despediram do local.

O superintendente de Infraestrutura e Serviços da Aelbra (mantenedora da Ulbra), Adriano Chiarani, que também coordenou o Comitê de Crise da instituição, ressaltou que a Ulbra encerrou o abrigo na certeza de que contribuiu da melhor forma possível para abrigar milhares de pessoas.

“A universidade com toda a sua estrutura, por meio de inúmeros voluntários de diversas partes do País, incluindo professores, alunos e colaboradores, fez a diferença. Gratidão a todos que doaram seu tempo e recursos para melhor atender aos desabrigados”, destaca.

Pela manhã, a técnica de enfermagem Raquel de Moura Ribeiro, de 29 anos, acompanhada de marido, pai, filhos e cães, deixou o prédio 55 da Ulbra. A família foi a primeira encaminhada para o Centro Humanitário de Acolhimento Recomeço em Canoas.

O local é equipado com 126 casas modulares feitas especialmente para situações de emergência. Conforme a coordenadora de Emergência do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), Ana Scattome, o espaço tem capacidade para receber cerca de 630 pessoas.

Recomeço em lar temporário

Em maio, Raquel estava com água na cintura quando deixou a casa onde morava. Os filhos foram encaminhados para a Ulbra enquanto ela salvava seus animais. Uma geladeira foi usada como embarcação para transportar os bichos na enchente.

Após ter a casa dividida ao meio e ter na Ulbra um refúgio nos últimos dois meses, a expectativa é reconstruir tudo o que foi perdido. “Tenho fé e esperança de que tudo vai dar certo. Espero que consigamos dar um novo passo, que seja um novo recomeço.”

As novas casas emergenciais são uma iniciativa do governo do Estado, em conjunto com organizações parceiras, e foram entregues pelo governador Eduardo Leite e pelo vice-governador Gabriel Souza.

Primeira vez no RS

O ACNUR tem mais de 70 anos de experiência em acolhimento de pessoas que foram forçadas a sair de suas casas. Esta é a primeira vez que esse tipo de estrutura é utilizada no Rio Grande do Sul. Atualmente, o serviço também acontece em Roraima para auxiliar os refugiados venezuelanos.

De acordo com Ana, esse tipo de estrutura montável existe em mais de 100 países e é uma alternativa para as tendas humanitárias. Conforme a coordenadora, o tempo de construção gira em torno de cinco horas. No Brasil, graças ao esforço da equipe técnica e dos soldados do Exército Brasileiro, a montagem foi realizada em pouco mais de duas horas.

“Elas são duráveis, mais protetivas contra ventos, tempestades, podemos adaptá-las ao clima. Além disso, dão um sentimento de casa, oferecendo conforto psicológico e mais segurança”, afirma.

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