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DENGUE: Mais uma morte pela doença é confirmada no Rio Grande do Sul; projeção é de alta nos casos nas próximas semanas

Mesmo sem registro de óbitos, Novo Hamburgo é a segunda cidade do Estado com o maior número de casos da doença

Laura Rolim
Publicado em: 21/02/2024 às 07h:48 Última atualização: 21/02/2024 às 07h:49
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A dengue fez mais vítima no Rio Grande do Sul. Nesta terça-feira (20), o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), vinculado à Secretaria da Saúde do Estado, confirmou o quinto óbito de 2024. A morte foi em Tenente Portela. Trata-se de uma mulher, de 75 anos, com comorbidades. Ela morreu no último dia 16. 

Mosquito Aedes aegypti, responsável por transmitir a dengue, zika e chikungunya | abc+



Mosquito Aedes aegypti, responsável por transmitir a dengue, zika e chikungunya

Foto: Arquivo

A cidade da região Noroeste já registrou três mortes por dengue este ano. Além disso, é a que tem o maior número de casos registrados: 1234, segundo o painel disponibilizado pelo governo do Estado. Já Novo Hamburgo é a segunda cidade do Estado, em números absolutos, com o maior número de casos da doença.

Até a manhã desta quarta-feira, Novo Hamburgo tinha 744 notificações e 164 em investigação. Já na quarta-feira da semana passada (14), havia 390 pessoas contaminadas. 

Virologista projeta pico da doença para março

No Estado, foram 5.208 casos confirmados e 11.824 notificações até o momento. Apesar do avanço da doença, conforme o virologista e professor da Universidade Feevale, Fernando Spilki, o mês de março deve concentrar o pico de casos.

Spilki afirma que, conforme o histórico dos últimos dois anos, seja aqui ou em outros locais, há um estabelecimento da dengue. “Os casos aparecem no início do verão, e há uma dinâmica de crescimento durante a temporada, mas vamos encontrar esse pico mais pra frente, ao redor de março”, diz.

O virologista avalia que podem haver variações, mas conforme as projeções nacionais, que indicam que ainda estamos no meio da epidemia, a tendência é um aumento nos números, ao invés de queda.

“Se tivermos alterações climáticas e o engajamento das pessoas para eliminar os focos de mosquito da dengue, podemos ter reversão. Mas, se cumprirmos o comportamento natural, de temperaturas mais altas e a não colaboração da população, teremos números maiores”, salienta.

O virologista analisa que os números do Rio Grande do Sul começaram a ser comparados com regiões do Norte do Brasil em 2022. “Há uma introdução massiva do mosquito. Isso se encontra por conta das condições climáticas e replicação do vírus, que permite que seja o transmissor”, diz. A temperatura é um dos fatores que corrobora para o aumento dos casos.

Cuidados devem ser redobrados

Spilki ressalta a importância dos cuidados feitos pela administração municipal, mas alerta para a atenção redobrada que a população deve ter. “O que é feito pela Prefeitura de Novo Hamburgo, de olhar para os focos, isso é fundamental e é comprovadamente eficaz, pois muitos surtos no passado e ainda hoje são controlados dessa forma. Adicional a isso, também precisamos das pessoas em questões de proteção individual”, afirma.

Com isso, Spilki recomenda a utilização de repelentes testados e autorizados, especialmente em horários em que o mosquito está mais ativo, como início da manhã e final da tarde, não mais do que três aplicações ao dias.

“Repelentes elétricos nos ambientes também são eficazes. Entender que o vírus não está só no pátio, também pode estar dentro de casa, na água do gato, do cachorro, em um vaso de planta. Pode estar em casa ou apartamento. Há a necessidade de fiscalizar o entorno e o interior de sua casa”, recomenda o virologista.

Caso se detecte uma fonte de disseminação, Spilki indica que se busque o poder público para tomar ações. “Tem que ter a participação de todos. Está comprovado essa participação em minimizar os efeitos da dengue, mas se não forem tomadas as medidas, tanto o mosquito, quanto o vírus, vão conseguir desempenhar todo o potencial e o surto vai ser de todo o tamanho”, alerta.

Colaborou: Kassiane Michel 

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