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GAUCHÊS

Confira as gírias e jargões do Rio Grande do Sul que o ChatGPT é capaz de entender

Estudo buscou medir o nível de compreensão da ferramenta sobre as expressões mais utilizadas pelos gaúchos

Kassiane Michel
Publicado em: 31/05/2023 às 13h:42 Última atualização: 26/03/2024 às 14h:38
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O ChatGPT foi criado pela empresa americana OpenAI e tem a maior biblioteca do mundo na “cabeça”, além de assumir múltiplos papéis e se adaptar a diversas audiências. Mas, e quando o assunto é vocabulário regional, a inteligência artificial compreende? A Preply, plataforma de aprendizado de idiomas, fez uma pesquisa para explicar se a tecnologia é capaz de entender o “gauchês”. 

Inteligência Artificial Chatgpt



Inteligência Artificial Chatgpt

Foto: Adobe Stock

Segundo a Preply, o estudo buscou medir o nível de compreensão da ferramenta sobre as expressões mais utilizadas pelos gaúchos. A partir de dicionários populares e fóruns digitais, foram compiladas cerca de 50 palavras e expressões que os gaúchos utilizam no dia a dia.

Ao checar a IA, a plataforma descobriu que ela já entendi a aprincipal gíria gaúcha: “bah”. Para o ChatGPT, a expressão significa surpresa. Um exemplo dado é a frase: “bah, que frio está fazendo hoje”. Além da surpresa, o robô relacionou os significados de incredulidade, irritação, indiferença e concordância com a expressão.

Durante o bate-papo da Preply com o Chat, a plataforma acertos sobre 74% dos regionalismos questionados. Dentre eles, estão o clássico “tri”, “lagartear”, “tchê”, o ditado “caiu os butiá do bolso” e “em cima do laço”.

Questionada, a tecnologia explicou o termo “capaz” a situações como: “Você acha que ele vai conseguir fazer isso?” “Bem capaz! Ele nem sabe por onde começar”.

Quando foi pedido que ele conversasse empregando os vocábulos gaúchos, como se fosse uma pessoa nascida no Estado, ele mencionou o frio do inverno e fez um convite para “matear e prosear um pouco”.

A Preplydestaca que 4% das palavras tenham se aproximado do significado inicial da gíria, mas a tecnologia errou 22% das expressões, dando a elas sentidos incertos e imprecisos.

Após entender de primeira os regionalismos “guri” e “piá”, por exemplo, a ferramenta classificou o termo “magrão” conforme o aspecto físico que suscita o adjetivo. No RS, o jargão é usado para chamar um amigo ou rapaz de maneira amigável.

Outro termo que o robô não entendeu foi “trovar”. Ele relacionou a palavra ao ato de declamar ou cantar versos, exercício literário-poético comum na Europa Medieval. 

A especialista em Outreach da Preply, Yolanda Del Peso, afirma que o estudo parece decifrar os dois tipos de gírias que suscitam imprecisões no ChatGPT: aqueles que requerem um contexto mais profundo ou as expressões derivadas de palavras formais do português, às quais a população atribui novos sentidos no cotidiano.

“Isso nos ajuda a pensar até onde a tecnologia é capaz de ir, bem como certas nuances da linguagem que ela ainda não alcança e nem tão cedo será capaz de alcançar”, diz.

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