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"FIQUEI SEM CHÃO"

"Não conseguiam nem respirar": Mãe de recém-nascido colocado em bolso para dancinha fala pela primeira vez

A mulher de 23 anos descobriu apenas dois dias após a gravação do vídeo que o filho era seu; ela deu à luz a gêmeos que nasceram prematuros. Segundo ela, após a exposição o bebê teria contraído uma bactéria

"Não conseguiam nem respirar": Mãe de recém-nascido colocado em bolso para dancinha fala pela primeira vez
Publicado em: 22/08/2023 às 15h:04 Última atualização: 22/08/2023 às 15h:26
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A mãe do bebê de 15 dias que foi colocado no bolso do jaleco de uma fisioterapeuta para uma “dancinha” no Hospital Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí, Santa Catarina, falou que só soube que era o filho no vídeo viral dois dias após ser gravado. “Eu fiquei sem chão.”

Funcionária de hospital em Santa Catarina dança com bebê dentro do bolso de uniforme  | Jornal NH



Funcionária de hospital em Santa Catarina dança com bebê dentro do bolso de uniforme

Foto: Reprodução/Redes Sociais

“Não sabia que era meu filho. Não passava nem na cabeça que era o nosso neném”, disse a mulher de 23 anos, que deu à luz a gêmeos. A entrevista foi divulgada pelo G1 de Santa Catarina, e o nome da mãe não foi revelado. 

A moça teve acesso ao vídeo da fisioterapeuta no dia 14 de agosto. No entanto, apenas dois dias depois a jovem foi informada que se tratava do próprio filho. 

“Eles nasceram prematuros, já foram logo para o aparelho de ventilação, porque não conseguiam nem respirar sozinhos. Até hoje, eles estão com sonda.”

Mariani Regina da Silva, advogada da família, confirma que os pais só souberam que era o filho no vídeo no dia 16 de agosto. Ela também falou que a criança que apareceu no vídeo contraiu uma bactéria após a gravação. 

No entanto, o Hospital Marieta diz que: “não há qualquer relação entre o fato filmado e a colonização bacteriana, tendo em vista que a coleta foi realizada no dia anterior ao ocorrido”. A assessoria também comentou que “a mãe foi comunicada tão logo houve a confirmação da autoria, no primeiro momento em que esteve no hospital, inexistindo qualquer intenção de abafar o caso”. 

Além da fisioterapeuta, três técnicas de enfermagem foram demitidas após a dancinha com o bebê. A Polícia Civil está apurando crime na conduta dos profissionais. 

Relato de violência obstétrica 

A mãe dos gêmeos também relatou ter sofrido violência obstétrica pela equipe do hospital, e que os bebês nasceram na sala de pré-parto. A organização nega a agressão. 

Ela diz que procurou a maternidade logo quando uma bolsa estourou. Ao chegar, foi internada e recebeu medicação para induzir o parto, já que a do outro bebê ainda não havia estourado. 

“Eu estava sentindo muito dor, já era umas 2h da manhã, que foi a última vez que o médico veio fazer o toque em mim, pra ver com quantos dedos de dilatação eu estava. Eu cheguei lá [no hospital] com dois dedos de dilatação, e quando ele foi fazer o exame eu já estava com cinco.’

Na madrugada, ela teria chamado os enfermeiros, mas não foi atendida. De acordo com ela, além da dor, ela sentia que a dilatação havia aumentado muito, e já não consegui mais utilizar o banheiro. 

“Teve que esperar a troca de turno, às 7 horas. A enfermeira perguntou pra mim qual foi o último horário que o médico tinha ido ali para fazer o exame de toque. Eu falei que foi às 2 horas. Ela já olhou para o médico e ele veio me ver. Ele só afastou minha perna e a mão do neném já estava para fora”, relatou. 

O Conselho Regional de Enfermagem de Santa Catarina, Coren/SC, afirmou que não recebeu nenhuma denúncia sobre o ocorrido, mas “segue apurando os fatos junto ao Hospital e Maternidade Marieta Konder Bornhausen para averiguar o envolvimento de profissionais de enfermagem no caso”.

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